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​Crédito à habitação em Portugal, taxa fixa vs. taxa variável: qual escolher?

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No mercado imobiliário, a escolha entre uma taxa de juro fixa e uma variável pode ter um impacto significativo nas finanças de um mutuário ao longo do tempo.

Essa decisão torna-se especialmente crítica em tempos de incerteza econômica, como os que temos vivenciado nos últimos anos. A análise dos dados recentes de crédito à habitação em Portugal de Banco de Portugal (Taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação) revela tendências interessantes e fornece insights valiosos para quem está a considerar contrair um empréstimo à habitação.

Os dados fornecidos indicam uma clara tendência de aumento nas taxas de juro, tanto fixas quanto variáveis, desde Fevereiro de 2022 até Fevereiro de 2024.

Inicialmente, as taxas de juro variável eram significativamente mais baixas do que as fixas, com valores tão baixos quanto 0,59% em Fevereiro de 2022, comparado a 2,17% para as taxas fixas.

No entanto, observou-se um aumento gradual, chegando a 4,77% para as variáveis e 3,95% para as fixas em Fevereiro de 2024.




Portugal, como muitos países da União Europeia, tem enfrentado um período de incerteza econômica, exacerbado pela pandemia de COVID-19 e tensões geopolíticas recentes. Esses fatores contribuíram para a volatilidade das taxas de juro, refletindo as políticas do Banco Central Europeu (BCE) e as expectativas de inflação.

No ambiente atual, o BCE tem ajustado suas políticas monetárias para combater a inflação, o que influencia diretamente as taxas de juro no mercado de crédito à habitação.

A escolha entre uma taxa fixa e uma variável é crucial e deve ser feita após uma análise cuidadosa das condições de mercado e pessoais. Os dados recentes sugerem um aumento nas taxas, o que pode incentivar a escolha por taxas fixas para aqueles que buscam estabilidade. 

No entanto, é essencial estar atento às previsões econômicas e às políticas do BCE, pois elas terão um papel determinante nas taxas de juro no futuro.
Um exemplo: 
Para um crédito à habitação no valor de 50.000 euros, com um prazo de 10 anos (120 meses) e utilizando as taxas de juro de Fevereiro de 2024:

Com uma taxa de juro fixa de 3,95% ao ano, a prestação mensal seria aproximadamente 505,04 euros.

Com uma taxa de juro variável de 4,77% ao ano, a prestação mensal seria aproximadamente 524,72 euros.

Estes cálculos são baseados numa abordagem simplificada, especialmente para a taxa variável, onde assumimos que a taxa se mantém constante ao longo de todo o período do empréstimo, o que na realidade pode variar. A escolha entre uma taxa fixa e uma variável deve levar em conta não só as prestações mensais mas também a perspectiva de evolução das taxas de juro e a capacidade de absorver variações nas prestações mensais. 


 Algumas informações importantes sobre crédito à habitação que podem ajudar na tomada de decisão
:

1. Escolha entre Taxa Fixa e Variável
A decisão entre uma taxa fixa e uma taxa variável é crucial. Uma taxa fixa oferece a segurança de pagamentos mensais constantes ao longo do tempo, o que facilita o planeamento financeiro. Por outro lado, uma taxa variável pode inicialmente oferecer prestações mais baixas, mas está sujeita a flutuações do mercado, o que pode aumentar o custo ao longo do tempo.

2. Prazo do Empréstimo
O prazo do empréstimo afeta diretamente o valor das prestações mensais e o custo total dos juros pagos ao longo da vida do empréstimo. Empréstimos de longo prazo significam prestações menores, mas também um montante total de juros maior.

3. Encargos com Seguros
Muitos bancos exigem a contratação de seguros de vida e de imóveis como condição para a concessão do crédito à habitação. O custo destes seguros deve ser considerado no cálculo da prestação mensal total.

4. Comissões e Custos Adicionais
Além dos juros, os créditos à habitação podem incluir várias comissões e custos adicionais, como comissões de abertura, avaliação do imóvel, e despesas de notário. É importante considerar todos estes custos ao avaliar a oferta de crédito.

5. Direito de Amortização Antecipada
Verifique as condições para amortização antecipada do empréstimo. Algumas instituições financeiras permitem que pague o empréstimo mais cedo do que o previsto, o que pode poupar juros. No entanto, podem existir comissões por amortização antecipada.

6. Taxas de Juro Negativas
Em mercados com taxas de juro muito baixas, algumas taxas variáveis podem tornar-se negativas. Verifique como o seu banco trata a situação de taxas de juro negativas, pois isso pode afetar o cálculo das prestações.

7. Subsídios e Benefícios Fiscais
Em Portugal, os mutuários podem ter direito a benefícios fiscais sobre os juros pagos no crédito à habitação, bem como a acesso a programas de subsídio para a compra de casa. Informe-se sobre possíveis benefícios disponíveis.

8. Flexibilidade do Empréstimo
Algumas instituições oferecem empréstimos com características flexíveis, como a possibilidade de alterar a taxa de juro de variável para fixa, pausas no pagamento de prestações, ou a alteração do prazo do empréstimo.

9. Comparação
É fundamental comparar diferentes ofertas de crédito à habitação de várias instituições financeiras. Além disso, não hesite em negociar as condições do empréstimo, incluindo taxas de juro, comissões, e outros custos.

Tomar uma decisão informada é essencial ao escolher um crédito à habitação. Uma taxa fixa oferece estabilidade e previsibilidade nas prestações, sendo uma opção atraente em momentos de expectativa de aumento das taxas de juro. Por outro lado, uma taxa variável pode oferecer custos iniciais mais baixos, com a possibilidade de aumentar ou diminuir ao longo do tempo, dependendo das condições de mercado.

Fonte: https://infobank.pt


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