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Em Portugal, a questão das rendas de casa tem sido um tópico quente, especialmente nos últimos meses. De acordo com os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estátistica. Os números não mentem: a renda mediana dos novos contratos disparou 11,6%, enquanto o número de novos contratos de arrendamento registou um aumento de 4,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Mas, por detrás destes números, há histórias de pessoas e lugares.
Em 2023, testemunhámos uma realidade onde pagar por um teto sobre a cabeça não é apenas uma necessidade básica mas também um desafio crescente. Com uma renda mediana de 7,21 €/m2 para novos contratos, a vida nas cidades não é para os fracos de coração.
A Grande Lisboa lidera o pelotão com uma média de 11,93 €/m2. Imagine tentar encontrar um apartamento nesta região: está a pagar não apenas pelo espaço, mas pela proximidade de centros culturais, históricos e a vibração de uma das cidades mais dinâmicas da Europa.
Seguida de perto por locais igualmente desejados como a Península de Setúbal, o Algarve e a Região Autónoma da Madeira, todos acima do valor médio nacional.
Estas regiões, conhecidas pelas suas belezas naturais e clima ameno, atraem não só turistas mas também residentes permanentes. O custo mais elevado do aluguer aqui pode ser visto como o preço de acordar todos os dias para vistas deslumbrantes e um estilo de vida que muitos sonham.
O último trimestre de 2023 revelou ainda mais sobre esta tendência ascendente, com a renda mediana atingindo 7,71 €/m2 em todo o país, o que representa um crescimento impressionante de 11,6% em relação ao ano anterior. Este é o tipo de salto que faz com que todos, de inquilinos a investidores, prestem atenção.
No entanto, não se trata apenas de quanto custa alugar; trata-se também de quantos estão à procura de alugar. Com 23 637 novos contratos registados no último trimestre, fica claro que o mercado de arrendamento está fervilhando de atividade, apesar dos preços em alta.
Interessante notar é a distribuição desigual desse aumento. Enquanto a maioria das sub-regiões viu as suas rendas subir, a Região Autónoma dos Açores teve a singularidade de ver uma diminuição de 3,2% - um refresco num mercado geralmente inflacionado.
As cidades mais populares, especialmente aquelas com mais de 100 mil habitantes, registaram aumentos substanciais nas rendas medianas. O Funchal, Setúbal e Vila Franca de Xira foram estrelas em ascensão, com aumentos acima de 20%.
Lisboa, apesar de ter a renda mediana mais alta de 15,51 €/m2, teve um aumento menos acentuado do que a média nacional, demonstrando que até no topo, o mercado tem as suas peculiaridades.
Este cenário oferece uma visão mista: por um lado, o aumento das rendas sinaliza um mercado imobiliário robusto e demanda por moradia. Por outro lado, apresenta desafios significativos para os inquilinos, especialmente aqueles em áreas altamente cotadas. À medida que navegamos por estes tempos turbulentos, fica claro que o diálogo entre inquilinos, proprietários e reguladores será crucial para garantir que as casas de Portugal continuem a ser lares e não apenas investimentos.
Fonte: https://infobank.pt