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Mercado de crédito à Habitação em Portugal

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O mercado de crédito à habitação em Portugal tem enfrentado desafios e mudanças significativas nos últimos anos, como destacado no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito 2023 do Banco de Portugal. 

Em 2023, o mercado de crédito à habitação experimentou uma redução tanto no montante de crédito concedido quanto no número de contratos celebrados.
 
O relatório aponta que foram celebrados, em média, 8.258 novos contratos de crédito à habitação por mês, uma redução de 14,4% em relação ao ano anterior. 
 

 
O montante médio de crédito concedido cresceu ligeiramente, de 136 143 euros em 2022 para 136 958 euros em 2023.
 


Essa diminuição contrasta com a tendência de crescimento observada nos anos anteriores, indicando uma mudança significativa no mercado. A redução do crédito concedido ocorreu principalmente nos três primeiros trimestres de 2023, com um leve crescimento observado apenas no último trimestre do ano.


Uma das mudanças mais notáveis foi a preferência crescente por contratos de taxa de juro mista e fixa. Em 2023, 45% dos novos contratos foram celebrados com taxa de juro mista e 12,4% com taxa fixa, uma mudança considerável em comparação com 2022, onde a taxa variável predominava com 80,8%. 

Esta mudança reflete uma estratégia dos mutuários para se protegerem das flutuações nas taxas de juro de referência, como a Euribor, que continuaram a aumentar ao longo do ano.

O prazo médio dos novos contratos de crédito à habitação em 2023 foi de 30,6 anos, uma ligeira redução em relação aos 31,8 anos observados em 2022.

No entanto, o prazo médio dos contratos em carteira aumentou ligeiramente para 33,7 anos, sugerindo uma tendência de prolongamento dos prazos de amortização dos créditos existentes.

O relatório destaca um aumento significativo nos reembolsos antecipados e renegociações de contratos. O número de reembolsos antecipados cresceu 74,4% em 2023, com um montante total reembolsado de cerca de 11,2 mil milhões de euros. Este aumento ocorreu em um contexto de elevadas taxas de juro de referência e medidas legislativas que suspenderam temporariamente a cobrança de comissões por reembolsos antecipados.

As renegociações de contratos também cresceram substancialmente, com um aumento de 271,6% no número de renegociações e 300,8% no montante renegociado. Este movimento foi impulsionado por um ambiente de crescente pressão financeira sobre os mutuários devido à subida das taxas de juro e da inflação.

O mercado de crédito à habitação em Portugal em 2023 foi marcado por uma retração no montante de crédito concedido e uma mudança na preferência por tipos de taxa de juro. O aumento nos reembolsos antecipados e nas renegociações reflete a adaptação dos mutuários a um ambiente de maior incerteza econômica e financeira.

Estes fatores sublinham a importância de políticas de crédito flexíveis e adaptativas para responder às necessidades dos consumidores e às condições macroeconômicas.
 

Fonte: https://infobank.pt


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