Trabalhadores bancários em Portugal planeiam um protesto por salários justos
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Em uma demonstração de solidariedade e busca por dignidade laboral, trabalhadores bancários Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), do MAIS Sindicato e do SBC, planeiam 8 de Fevereiro uma concentração à porta da Associação Portuguesa de Bancos (APB), em Lisboa.
O protesto visa chamar a atenção para a perda contínua de poder de compra e exigir aumentos salariais justos para ativos e reformados do setor.
Esta ação, que também se alinha com os esforços dos colegas na Espanha enfrentando desafios semelhantes, marca uma forte declaração de unidade na luta por melhores condições de trabalho. "Por trás dos números estão vidas," ressoa como o lema dos participantes, que criticam a desvalorização do elemento humano na indústria bancária.
Aqui tem exigências trabalhadores bancários Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), do MAIS Sindicato e do SBC:
MOÇÃO
Basta!
Por trás dos números estão vidas!
Os trabalhadores bancários em Portugal dirigem-se à opinião pública e à alta administração do setor com um grito uníssono de insatisfação e preocupação com as atuais condições laborais.
A banca portuguesa, que já testemunhou a dedicação incansável de milhares de profissionais ao longo de 10, 15, 20, 25, 30 anos, parece ter esquecido o valor humano por trás dos números.
Em 2011 e 2012, enfrentámos desafios significativos, e os trabalhadores bancários foram os pilaresfundamentais que contribuíram para a estabilidade do setor, muitas das vezes à custa de enormes cortes salariais.
Hoje, lamentavelmente, percebemos que, em vez de serem reconhecidos como profissionais valiosos, são tratados como escravos da banca.
As nossas reivindicações são claras:
• Reconhecimento das Carreiras: reivindicamos a criação de carreiras sólidas que reconheçam a experiência e a dedicação dos trabalhadores ao longo dos anos;
• Remuneração Digna: os ordenados atuais não refletem o compromisso e a importância do nosso trabalho. Propomos um aumento salarial de 6% para corrigir esta discrepância. Refutamos as propostas da Banca de 2% e 3%;
• Componentes Variáveis no Salário Base: as componentes variáveis devem ser integralmente incluídas no salário base, garantindo maior estabilidade financeira para todos os trabalhadores no ativo e na reforma;
• Progressão Automática: defendemos a progressão automática de um nível para todos os trabalhadores, reconhecendo o seu empenho e evolução profissional.
A verdade é que, enquanto os trabalhadores enfrentam condições precárias, os lucros extraordinários fluem para as mãos dos acionistas, muitos dos quais são estrangeiros.
Fruto do constante acréscimo de trabalho que sobrecarrega os trabalhadores, estes cada vez em menor número, fruto das constantes reduções de postos de trabalho no setor, sujeitos à pressão do trabalho suplementar não remunerado, são também os clientes prejudicados com horas de espera para serem atendidos nas agências bancárias.
Não podemos aceitar ser tratados como simples peões num jogo onde o verdadeiro valor humano está a ser desconsiderado.
Exortamos as Administrações de todas as Instituições de Crédito e as entidades reguladoras a considerar seriamente estas revindicações, pois são essenciais para manter o setor bancário saudável e justo.
Basta de sermos vistos como números em folhas de cálculo – somos seres humanos com vidas, famílias e dignidade.
Juntos – trabalhadores bancários, sindicatos e comunidade –, exigimos respeito e justiça no ambiente de trabalho.
Pela Dignidade e Justiça Laboral!
O SBN, representando cerca de 13.000 trabalhadores, destaca várias demandas, incluindo o reconhecimento de carreiras, a inclusão das componentes variáveis no salário base, e a progressão automática de nível, apontando para a necessidade de uma remuneração digna que reflita o compromisso e a importância do trabalho bancário.
Este protesto não apenas destaca a desigualdade salarial, mas também chama atenção para o aumento da carga de trabalho e a redução de pessoal, afetando tanto os empregados quanto os clientes, com tempos de espera prolongados nas agências bancárias. Os trabalhadores e sindicatos exigem respeito e justiça, recusando-se a ser vistos como meros números.
Fonte: https://infobank.pt